Estou sentado num banco de jardim, chove torrencialmente. Sinto-me Fechado entre quatro paredes que se vão aproximando de mim e formando um cerco ao qual não posso escapar. Ao fim de tudo, estas quatro paredes revelam ser a minha vida, está ficando cada vez mais curta e não tenho outra solução.
O meu corpo treme, preciso de mais uma dose para poder passar mais uma parte do dia bem. O meu olhar procura um lugar onde posso estar sozinho e que possa fazer tudo o que tenho a fazer. Já sem forças no corpo, deambulo até chegar ao meu destino, sento-me amarro o elástico no meu braço e estou pronto a injectar esta substância que me faz o meu metabolismo funcionar mas há uma força qualquer que não me permite injectar, começo a pensar nas pessoas que me rodeiam e que gostam de mim, como sou capaz de desiludi-los assim tanto!
Será que estou a tempo ainda de voltar atrás e recuperar o tempo perdido!? Ligo a um amigo meu a ver o que ele me diz, um amigo, um conselheiro, uma pessoa com todo o carácter que nunca me deixou perdido na vida. Sim este telefonema fez-me bem, o meu amigo dentro de instantes vem ter comigo e vai ajudar-me a integrar-me num centro de apoio, quero recuperar....
Passaram-se dois anos de intensa recuperação, dor, sofrimento, momentos de loucura...
Muita coisa mudou pelas ruas, caras novas, prédio novos, uma agitação diferente. Queria ver a minha mãe, a minha famÃlia, os meus amigos... tinha tantas saudades. Fui ter a casa e toquei à campainha, esperei. Este compasso de espera foi muito devastador o meu coração disparou a uma grande velocidade, quando a minha mãe abriu a porta fiquei petrificado e todo este gelo foi quebrado com um abraço que me confortou imenso, foi impossÃvel não soltar uma lágrima.
Hoje olho para trás e vejo 6 anos da minha vida desperdiçados. Tenho 25 anos e espero ainda ir a tempo para a descoberta do mundo a descoberta que eu não fiz por achar que a maior descoberta tinha sido o caminho em que me meti e que a muito custo consegui sair!
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